domingo, 17 de fevereiro de 2013

A Multidão Aperta e Rouba Identidade!


Quando ouviu a multidão passando, ele perguntou o que estava acontecendo. Disseram-lhe: "Jesus de Nazaré está passando". Então ele se pôs a gritar: "Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim! " Os que iam adiante o repreendiam para que ficasse quieto, mas ele gritava ainda mais: "Filho de Davi, tem misericórdia de mim! " Lc 18:36-39.

Bartimeu era um cego que vivia em Jericó; certo dia, ouviu-se um alvoroço da multidão, como não conseguia enxergar, perguntou o que estava acontecendo, disseram-lhe que  Jesus estava passando , foi quando  começou a clamar sem cessar: 
“Jesus  tem misericórdia de mim”! 
Mas a multidão que se aglomerava ali e, determinou que o cego se calasse  mas, Bartimeu insistiu até ser curado da cegueira.
  
Percebemos até hoje o quanto a multidão influencia e, quase sempre consegue, inclusive, negativamente.   A multidão sempre está por perto e, ela tem o poder de roubar nossa identidade.  

 O relato Bíblico sobre o Êxodo no deserto rumo à terra prometida, conta-nos que havia no meio do povo temente a Deus , uma multidão que sempre ficava às margens do arraial, certamente  foi dela que saíram os  provocadores  das  práticas estranhas entre povo, fazendo-os amargar naquele deserto.  

  No Novo Testamento, Jesus está sempre rodeado de multidão e discípulos, a multidão o seguia em busca  de pão, os discípulos, em busca  de comunhão;  
 para a multidão Jesus dava comida, para os discípulos , alimento!  

 Mas, a multidão sempre estava por ali com suas opiniões contrárias, suas ameaças e acusações, suas incredulidades e seus pareceres perigosos e, quando Jesus estava sendo julgado, a multidão estava lá, gritando: Crucifica-o! Crucifica-o! Multidão...multidão, ah como você é perigosa! 
Gustave Le Bon, um psicólogo social francês, defende que, quando no meio de uma multidão, o homem regressa para um estado mental primitivo. Uma pessoa que pode ser altamente culta e moral em alguns casos, é capaz de agir como um cruel e está propenso a atuar de uma forma violenta. Perde suas faculdades críticas no meio de uma multidão.


Quando recorremos  à multidão buscando respostas sobre futuro profissional, sentimental, ou até mesmo espiritual, quase sempre  retornamos  cheios de “NÃOS” e,  confusos.  Se o cego Bartimeu , assim como outros personagens Bíblicos, tivesse dado créditos para a multidão, certamente não teriam se esforçado e, como consequências não alcançariam seus objetivos.
A primeira pessoa que precisa ter convicções e metas sobre meu futuro e meus desejos, sou eu mesmo, em alguns casos até buscamos conselhos sábios, em muitos outros, devemos fazer silencio até à conclusão da busca.
Cuidemos para que não aja contágio, pois quase sempre as massas atuam pela emoção e não pela razão, vigiemos quanto ao comportamento coletivo que pode ser irracional e cego derrotando e matando sonhos individuais.    

Concluo com as palavras de uma educadora: 
 “Não é porque estamos na multidão que temos que agir e pensar igual em todos os momentos, a decisão pode ser individual e pessoal, afinal o objetivo é meu e não do coletivo, por medo de não seguir a multidão, e ficar só, perdemos muitos sonhos”.

 Deus te abençoe em Cristo Jesus!         

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

A vinha e as Uvas Bravas


“Cante eu ao meu amado uma canção de meu amado a respeito de sua vinha. Havia um vinhedo que meu amado veio a ter numa ladeira fértil. E ele passou a arroteá-lo e a livrá-lo de pedras, e passou a plantar nele uma videira seleta de casta tinta, e a construir uma torre no meio dele. E havia também um lagar que ele escavara. E esperava que produzisse uvas, mas produziu aos poucos uvas bravas.”(Isaías - 5). 

A parábola da vinha, apesar de poética, é um desabafo; permita-me assim dizer : um “Desabafo do Criador”! Ao refletir o texto torna-se inevitável não compará-lo à  sociedade Brasileira, percebo o quanto está  em falta com nosso Criador que nos permite habitar numa terra fértil. 
O homem deveria, por gratidão, em seus comportamentos e relacionamentos produzir frutos mais saudáveis - ,  todos os dias somos estimulados a sermos solidários e empáticos. A cada dia temos a chance de produzir frutos bons, mas quase sempre nos deparamos com pessoas amargas, amargando outros.
Creio que o desejo de Deus é que fossemos mais solidários,  no entanto, o que se vê é  violência sobre violência, homens se agredindo numa constante guerra, às vezes, por coisas banais e passageiras; há um desejo descontrolado em TER, os homens não buscam outra coisa a não ser possuir e, sendo assim, vão se amargando pela vida ; Deus nos adverte :  
Ai dos que ajuntam casa a casa, reúnem campo a campo, até que não haja mais lugar, e fiquem como únicos moradores no meio da terra! (Verso7). Ai dos que se levantam pela manhã, e seguem a bebedice; e continuam até à noite, até que a bebida os esquente! (verso 11). Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo! Ai dos que são sábios a seus próprios olhos, e prudentes diante de si mesmos! Ai dos que são poderosos para beber, e homens de poder para misturar bebida forte; Dos que justificam ao ímpio por suborno, e aos justos negam a justiça! (verso 20-23).  

Como é lamentável ver uma humanidade tão insensível !  

Acontecimentos que antes eram considerados anormais e assustadores, aos poucos se tornaram comuns e normais - quase não somos tocados como antes! Gradativamente as pessoas vão se amoldando e convivendo com comportamentos estranhos  nada humano, o sentimento de piedade, a tempos, ficou escasso! O que está acontecendo?
Onde estão as“uvas”boas?                
Por que  tantas “uvas” bravas? 
 As grandes descobertas trouxeram inúmeros benefícios para a humanidade, chegamos a um período em que regras consideradas imutáveis estão sendo rompidas;  desde o iluminismo o homem vem aumentando sua emancipação, mas se perdeu  em suas próprias descobertas. Segundo os pensadores iluministas, a história é constituída pelos próprios homens. São eles que sem saber, determinam o curso dos acontecimentos, tecem o futuro com suas ações, levados por suas paixões ou por seus conhecimentos e sua compreensão de mundo.
Escrita 700 anos antes de Cristo, a parábola da vinha (Isaías - 5)  retrata bem o mundo de hoje, mundo onde impera a violência física e emocional. Mundo onde amar está se tornando fora de moda. Mundo onde o homem voltou a ser mercadoria para satisfazer o ego daquele que o compra. Logo, estamos presenciando pessoas ansiosas, frustradas, depressivas e carentes. Na parábola Deus promete: reter a chuva, arrancar a vinha, lançá-la no deserto e 
transformá-la em pastos. Resta-nos a Graça de Deus, volte-se para Ele!