domingo, 5 de março de 2017

Reflexão: Política e cultura do filho único

Há décadas a China, devido ao aumento populacional , viveu a imposição da “política do filho único”.  Preocupados com os impactos negativos gerados nas famílias e  na sociedade, recentemente, aboliu essa prática e, hoje, lutam para estimular  a política do segundo filho.

No Brasil , diversos casais têm adotado a cultura do “filho único”; entretanto, a exemplo da China,  há a preocupação sobre o futuro da sociedade, por exemplo, o envelhecimento da população contra a baixa natalidade, sendo assim, quem vai sustentar os inúmeros idosos e aposentados?  Outra preocupação é os individualismos radicados em muitas crianças e adolescentes  filhos únicos ; há criança que assume, talvez inconscientemente, a posição de “pequenos imperadores” na família, passa a viver num ambiente de superproteção por parte dos pais, comportamento que pode desencadear no indivíduo: fragilidades, timidez, opressão e agressividade; pela ausência de alteridade .

A falta de alteridade no indivíduo dificulta o ‘compartilhar’ gerando inúmeras   barreiras nos relacionamentos interpessoais,  dentre eles, o desenvolvimento de parcerias, a falta de habilidades para lidar com elogios e críticas, a incapacidade para admitir os ‘nãos’ e derrotas que também são inerentes à vida em sociedade.   Enfim, há também outro risco , o de todas as expectativas dos pais serem colocadas em um único sujeito, provocando no filho sofrimentos por não suportar toda essa pressão.

Para concluir, penso que talvez sejam necessários os casais se permitirem  e, juntos, procurar  no mínimo o segundo filho, pois, vivemos em uma sociedade com elevada expectativa de vida, sobretudo,  solitária e com fortes tendências ao individualismo.

 Luzimar Vieira/ pastor e Psicólogo Clínico


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